sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Tops 2010

Chegamos a mais um final de ano e cá estou eu para compartilhar com vocês minhas estatísticas que, excetuando-se na área de filmes, até que não foram das piores, levando em consideração meu escasso tempo livre. Quem tiver curiosidade de (re)ler o top do ano passado, pode acessá-lo aqui.

Em 2010 assisti a risíveis 84 filmes, sendo 79 inéditos e 5 reprises, dentre estes 39 no cinema, 8 curtas, nenhum documentário e 3 produções em 3D. Foram 21 filmes cotados como 5 estrelas, dos quais 11 no cinema. Meu melhor período foi o início do ano, na correria das premiações, quando consegui assistir quase todos os indicados às principais estatuetas do Oscar. Devo essa queda de produtividade a dois fatos isolados: o incêndio na Academia de Tênis, que impediu a realização do Festival Internacional de Cinema, responsável por 15 filmes da minha lista no ano passado e 13 em 2008; e por uma inexplicável preguiça de sair de casa pra ir ao cinema sozinho. Não sei de onde veio esse sentimento, já que estou mais do que acostumado a não ter companhia, mas deixei passar uns 10 filmes que gostaria de ter assistido graças à preguiça. Não vou nem comentar a meta do ano passado. =P Mas espero chegar a 120 filmes no próximo ano, sem definir quantos gostaria de ver no cinema (já que o cinema anda cada vez pior, dublando filmes, não estreando, atrasando, etc., pode até ser que eu reduza minha incursão às salas). Também decidi fazer em 2011 uma mudança nos meus tops: cinema não tem sido um top adequado, pois esse ano vi alguns filmes antigos na telona (nas mostras do Centro Cultural do Banco do Brasil) e novos no PC. Então farei em 2011 um top dos filmes novos e outro geral, ok? E definirei novos como "estreou no Brasil ou lá fora no ano corrente".
Na literatura também não alcancei a minha meta, que era de 30 livros. Mas estou razoavelmente satisfeito com os 25 lidos. Foi difícil escolher os cinco melhores e as menções honrosas do top são todas merecedoras. De toda forma, reafirmo que gostaria de ler 30 livros em 2011.
Na TV minha meta foi cumprida e estou muito satisfeito com o número de episódios alcançado: 416 (contra 341 do ano passado), em 16 séries distintas, com um top inesperado graças a uma reviravolta surpreendente nos últimos 10 dias do ano. A meta era de assistir Lost, executada com muito prazer e sem arrependimentos. Meta para 2011: começar a assistir séries muito comentadas, como Breaking Bad e Community.
Encerrando as estatísticas, também superei por pouco (embora sem esforços adicionais) minha meta de páginas de quadrinhos lidas. Foram 31106 (contra 29406 em 2009) em 214 revistas. Aliás, cabe aqui explicar que álbuns em quadrinhos, como Retalhos e Scott Pilgrim, foram registrados na seção de livros, porque acho mais condizente com a sua condição (e também, confesso, porque alguns não vieram paginados, e deu preguiça demais de sair contando 400 páginas manualmente =PPP). Meta para 2011: manter as 30000 já me satisfaria.
Deixo-os abaixo com o gráfico evolutivo dos números de filmes, filmes no cinema e livros. Não estou incluindo séries e quadrinhos aí porque o número é muito mais alto e porque não estão sendo contabilizados desde 2005 como os outros.


Evolução estatística de 2005 a 2010


Vamos então aos vencedores do meu Top com breves comentários ou links quando já tiverem sido comentados antes. Aviso que pequenos spoilers podem ser encontrados.



TV - Séries (incluindo animações)

Menções Honrosas: Lost, Parenthood, Nodame Cantabile e Kimi ni Todoke.
Foi difícil eleger a terceira posição do Top, mas seu ocupante ainda mereceu este destaque. A confusão se deveu à surpresa na primeira colocação. Pois bem, Lost chegou perto deste terceiro lugar. Já falei bastante da série aqui.
Parenthood foi citada no mesmo link de Lost. A série vem crescendo muito, sempre com um ou outro problema, mas sou muito fã de séries de relacionamento e realmente gostaria que surgisse uma como Gilmore Girls para tomar lugar no meu coração. =P Mas a trama de Parenthood vem evoluindo, e todos os personagens são bacanas, com seus problemas e suas neuroses.
Nodame Cantabile foi outra que por pouco não pegou a terceira colocação. A conclusão deste excelente anime me emocionou e fiquei muito triste ao ter que me despedir dos meus amados personagens Nodame e Chiaki. Ainda estou precisando baixar algumas músicas da orquestra que tocou na gravação dos episódios.
Kimi ni Todoke é um anime fofinho sobre uma colegial que se parece com a Sadako de O Chamado, o japonês, claro. Por ser meio assustadora, ela tem dificuldades para fazer amigos. Mas um colega de classe quebra essa barreira e logo ela se vê envolta por amizades, tornando-se aos poucos uma adolescente normal. É um shoujo relativamente comum, mas merece uma indicação aqui. (Parênteses importante: um obrigado especial à minha amiga Mari por me indicar animes XD)

3. Dexter
Eu disse ano passado que seria difícil superarem a quarta temporada da série. E realmente, não havia como bolarem outro personagem tão complexo e brilhante quanto o Trinity Killer. Muito menos um final de temporada com o mesmo impacto. A temporada foi excelente, mas ainda assim a mais fraca da série, o que não é nenhum demérito se pensarmos em como as temporadas anteriores foram excepcionais. Gostei da personagem Lumen e o amadurecimento de Dexter continuou. Em cada ano, somos apresentados a um Dexter ligeiramente diferente, após os eventos da temporada anterior. As subtramas envolvendo os personagens secundários foram relativamente bobas, em especial a crise no casamento de Angel e Laguerta. Os vilões foram razoáveis, mas o encerramento pouco plausível. E o desfecho de Lumen foi o mais surreal. Foi meio um "ah, tem que ser assim, ou teremos um problema na próxima temporada". Mas, como eu disse, a série é soberba e merece entrar em qualquer top. Já estou ansioso pelo ano 6.

2. Fringe
Os últimos episódios da segunda temporada de Fringe foram tão bons que eu já imaginei que ela duelaria forte com Dexter nas minhas preferências esse ano. Mas nunca sonhei com um início de terceira temporada tão espetacular. A série melhora a cada episódio, num ritmo surpreendente! Já em setembro eu pensei "ok, Fringe será a líder do meu top no final do ano". Claro que eu não sonhava com a reviravolta da última semana.
Nessa temporada, Walter, Peter e Olivia amadureceram imensamente, sobretudo a Agente Dunham. Pela primeira vez entramos na couraça sentimental dela e eu estou desesperado pelo próximo capítulo graças a isso! =P Mas amadurecimento de personagens à parte, a tensão provocada pelas transições do roteiro entre os dois Universos foi a grande responsável pelo ápice de qualidade. Agora a série vai enfrentar uma mudança perigosa de horário, torçamos para que os espectadores prestigiem a excelente trama! #SaveFringe


O trio de protagonistas de Fringe

1. Honey & Clover
No ano anterior, o mangá de Honey & Clover já foi visto com bons olhos e eu esperava sua alta pontuação novamente na seção de quadrinhos. A 9ª edição deveria ter saído em outubro e a 10ª e última em dezembro, mas por algum motivo a 9ª foi lançada apenas agora, na semana passada. Após lê-la fiquei tão maravilhado que decidi começar a ver a série animada. Na minha mente, eu iria vê-la até certo ponto e deixar o final para depois de ler o encerramento do mangá. Mas fui completamente incapaz e assisti aos 38 episódios nesse final de semana do Natal. Em geral, o mangá é ainda superior ao anime, mas por poucos detalhes. O anime tem muitas vantagens, como as ótimas músicas que embalam os momentos dramáticos e a possibilidade de dar voz aos estimados personagens. O fato de ter assistido tudo de uma vez e, claro, a altíssima qualidade da história da mangaká Chica Umino, me deixaram com o final na cabeça. Fico imaginando o que aconteceu aos personagens após os fatos narrados. É a maior prova do impacto de uma história: lhe deixar imaginando o que não foi contado.
Ano passado eu resumi muito brevemente a trama de Honey & Clover, mas a história decididamente merece mais dedicação da minha parte. Tudo gira em torno de cinco estudantes em uma Universidade de Artes e as dificuldades que eles passam para se formar e para aprender a lidar com as responsabilidades da vida adulta. Em nenhum momento acompanhamos uma sala de aula, apenas a elaboração de alguns trabalhos, e o grande foco está mesmo no relacionamento entre eles, tão diferentes e tão complexos, ao longo de quatro anos de suas vidas. Os personagens são:
- Takemoto: de acordo com o Pablo Villaça, em toda história há um único protagonista. Então, mesmo que aqui os cinco sejam importantes, se fosse para destacar um, seria Takemoto. É um jovem no segundo ano da faculdade (quando começa a história), sem saber muito o que quer da vida, e que logo se apaixona pela doce Hagu. Dedicado, valoroso amigo, e dono de um coração puro e às vezes inocente, é o personagem com quem mais me identifiquei. Ele é bobo, como eu. =P E foi o personagem que mais me emocionou durante a história, pelo seu crescimento e pelas situações enfrentadas.


Takemoto

- Hagu: a narrativa começa com a chegada de Hagu para começar a faculdade de arte e é apresentada aos demais pelo primo do seu pai, o professor Hanamoto. Extremamente tímida, Hagu não sabia o que era ter amigos. Nem se importava muito, pois sua mente vê as coisas de outra forma. Tudo que seus olhos captam serve de material para a arte magnífica que ela produz. É tão pequena e frágil que às vezes é confundida com uma criança.


Hagu

- Morita: o personagem mais nonsense de Honey & Clover. Um veterano que até hoje não se formou porque sempre desaparece por longos períodos e acaba perdendo as datas de entrega do trabalho final. Ninguém sabe o que ele faz, nem como arruma tanto dinheiro e nem porque não faz uso desse capital. Sempre diz o que pensa e faz o que dá na telha, ainda que isso seja heterodoxo. É o responsável pelos momentos mais cômicos, mesmo que seja um personagem carregado de dramaticidade.


Morita

- Mayama: o responsável Mayama, embora mais novo que Morita, acaba sempre fazendo companhia ao professor Hanamoto no time dos experientes, que cuidam dos "adolescentes". Dedicado e competente, é reservado e muito observador. Tem um carinho de irmão mais velho pelos demais, cuidando deles sempre que pode, seja levando comida para casa ou deixando-os dormir no seu quarto com ar condicionado (Takemoto, Morita e Mayama moram numa espécie de república de estudantes).


Mayama

- Yamada: talentosa ceramista e profundamente apaixonada por Mayama. Respira seu amor não-correspondido, aproveitando os lados bom e ruim, mas às vezes se prendendo demais ao sentimento. Garota muito bonita e desejada por muitos homens, embora não seja uma moça das mais convencionais: não cozinha bem, bebe até cair e tem um poderoso chute que a rendeu o apelido de Dama de Ferro.


Yamada

O professor Hanamoto serve de tutor da turma. Há outros personagens importantes, mas que vão surgindo aos poucos na trama e, por isso, não serão citados aqui.
Enfim, é uma história de descoberta da vida, protagonizada por jovens adultos que precisam aprender como lidar com as situações, sobretudo aquelas que exigem muito de seus corações. Mayama é o único que, desde o princípio, demonstra maturidade em suas atitudes, enquanto os demais vão crescendo aos poucos. Recomendo muito a todos que gostarem de histórias sobre relacionamentos, amadurecimento e jovens adultos. Inclusive deixo aqui o meu apelo: se você não tem o costume de assistir animações e/ou pensa que são coisas para crianças ou nerds, dê uma chance a Honey & Clover.



Quadrinhos

Menções Honrosas: Evangelion, Cable e D.Gray-man.
Comecei a assistir animes na infância, com Zillion e depois com Cavaleiros do Zodíaco. Dragon Ball, Yu Yu Hakusho e outros animes de ação, feitos para meninos (shounen, como chamam os japoneses) eram minha preferência. Evangelion foi o divisor de águas. Misturava a ação do shounen com uma trama cerebral e complexa, envolvendo muito mais drama do que eu estava acostumado. A série foi minha favorita por longos anos, embora hoje eu goste mais de animes de relacionamento adultos (como Nana, Honey & Clover e Nodame Cantabile), e quando a Conrad Editora começou a lançar mangás no Brasil, foi uma das primeiras apostas. O ritmo de produção do autor é muito lento e até hoje o mangá não foi concluído, embora seja curto e tenham se passado 13 anos do primeiro volume. Mas estávamos órfãos desde a quebra da Conrad e o mangá merece a menção aqui pelo excelente trabalho de retomada da Editora JBC, que agora detém os direitos de publicação. O formato é exatamente idêntico ao original, dando continuidade à coleção e respeitando muito os fãs, embora este formato difira em tamanho, papel e estilo do usualmente adotado por eles. Tenho quase certeza de que não deve estar sendo muito lucrativo, mas a JBC ganhou o meu respeito. Mas enfim, com três edições lançadas em 2010, Evangelion se aproxima de seu cataclísmico encerramento.
Cable teve histórias boas e ruins em 2010, nas páginas da revista X-Men Extra, mas a trama geral, que envolve a proteção da garota predestinada a salvar ou a destruir os mutantes, Esperança, é muito bacana! Já sou fã da garota, que cresceu como uma sobrevivente e que em breve retornará ao presente da Marvel. Talvez haja uma ligação dela com a Força Fênix e quem sabe até com Jean.
D.Gray-man foi citado em 2009 e o repito aqui. A trama vem amadurecendo e não consigo vislumbrar o rumo da história, que sempre parece em vias de acabar, embora na verdade ainda esteja em publicação no Japão.

5. Berserk
A consistência do mangá de Kentaro Miura é impressionante. Mas é um gênero que não recomendo a todos. Violento ao limite, é conduzido pelo conceito tradicional de RPG medieval, mas num mundo atormentado por demônios e criaturas das trevas. Gatts luta para obter sua vingança contra Griffith. Contando com um elenco de apoio fantástico, o mangá vai seguindo em meio a bizarrices, mas nos apresentando a um desenrolar muito cativante.

4. Capitão América
Apesar de eu não estar gostando muito da história que mostra a volta de Steve Rogers, o ano foi excelente para Bucky, acompanhado da ótima Viúva Negra, ocasionalmente da trágica Sharon Carter e do sem graça do Falcão. Ed Brubaker faz um dos melhores trabalhos da história dos quadrinhos desde seu início no título, há mais de quatro anos.

3. X-Factor
Sempre gostei do Peter David, mas nunca tanto quanto agora. Adoro o elenco excêntrico de X-Factor (Guido é uma comédia; M hilariamente chata; Siryn mandona como sempre; Rictor abalado por não ter poderes e agora pela volta de Shatterstar, que é sempre esquisito; e o estranho Darwin completa muito bem o grupo de investigação principal), o protagonista Madrox e sou fã incondicional de Layla Miller, a personagem mais interessante que a Marvel criou no Universo X na última década. Agora ela é adulta e estamos vendo de perto, no futuro, a Rebelião Summers, citada em histórias lááá do início dos anos 90. Ao que parece Madrox volta ao presente em breve, e espero que Layla venha junto. Não posso imaginar a revista sem ela.


Layla Miller adulta

2. Nana
A mangaká Ai Yasawa está doente e em recuperação, então a produção do mangá parou desde o volume 21, que alcançamos esse ano. A revista que conta a história das duas garotas chamadas Nana só melhora a cada volume e essa pausa é dolorosa, pois o momento da interrupção foi abruptamente chocante e definidor do futuro da Nana cantora. Meu único real desejo é que Reira (que seria Layla em japonês, esse nome anda me perseguindo, hein?) e Shin fiquem juntos no final, são meu casal favorito agora. Eu esperava que o excelente mangá liderasse a lista novamente, como até anunciei ano passado. Todavia, sua interrupção e a altíssima qualidade do primeiro lugar o depuseram do topo.

1. Honey & Clover
Não preciso comentar mais nada, preciso? Liderar minha preferência em duas mídias distintas no mesmo ano é realmente digno de nota, por isso só repito: quem gostar de quadrinhos, leia. Quem preferir assistir, assista. Ambos, anime e mangá, são excelentes. E digo mais: recomendo o consumo dos dois, apesar de seguirem a mesma linha narrativa. A forma como se complementam é perfeita.

Mayama com sua moto, Morita deitado, Hagu e Takemoto sentados e Yamada mais atrás (cliquem para ampliar)



Livros

Menções Honrosas: Scott Pilgrim Contra o Mundo Vols. 1 e 2, Jane Eyre e Os Mundos de Crestomanci - As Vidas de Christopher Chant.
Scott Pilgrim é uma overdose nerd-pop. Linguagem de videogame, fala diretamente para jovens adultos. Scott Pilgrim é um jovem que gosta de tocar na sua banda, a Sex Bob-Omb, e começa um relacionamento esquisito com uma oriental menor de idade, logo a trocando pela forasteira Ramona Flowers, meio maluca e de cabelos coloridos. Para azar do pobre rapaz, para ficar com ela é preciso enfrentar seus sete ex-namorados malignos! Estou ansioso pelo Vol. 3, que encerra a aventura de Pilgrim.
Jane Eyre é a obra mais famosa de Charlotte Brontë, irmã mais velha de Emily Brontë (autora de O Morro dos Ventos Uivantes). Um grande clássico de cerca de 600 páginas, que voam nos detalhes da vida da desafortunada Jane, da sua infância à juventude, e cada uma das agruras que o destino a reserva. A protagonista é uma personagem fascinante, de uma complexidade ímpar. Suas reações sempre inesperadas e suas decisões são o destaque máximo da obra. As três irmãs Brontë nos legaram basicamente estes dois grandes clássicos, entre outras publicações menores. Mas são dois livros excelentes e o suficiente para seu reconhecimento póstumo.
No ano anterior, a Diana Wynne Jones emplacou três livros no meu Top 5. Este ano, li apenas um dela, emprestado pela minha amiga Karen, e que conta a origem do Crestomanci, personagem de outros livros que não li. A narrativa da autora é sempre muito dinâmica e jovial, e sua criatividade continua a impressionar. Christopher Chant é capaz de viajar através de vários mundos e precisa aprender a direcionar o uso deste dom para o bem.

5. Retalhos
O autor Craig Thompson narra na forma de quadrinhos sua infância, adolescência e juventude, suas primeiras dúvidas sobre Deus, seu primeiro contato com o amor e a difícil convivência com seus familiares. O traço não é bonito, como dificilmente o é em quadrinhos alternativos, mas tampouco é feio, sendo apenas simples e dotado de uma narrativa muito fluida e criativa. A história não é exótica ou inovadora, o destaque fica mesmo por conta da maneira como ela é narrada e é impossível não nos envolvermos na difícil juventude de Craig e no amor que descobre com Raina. O pessoal do Universo HQ fez um review muito bacana da obra, que pode ser lido aqui.


Craig e Raina no cobertor que inspira o nome da obra

4. As Crônicas de Gelo e Fogo - Livro Um: A Guerra dos Tronos
Sempre olho com desconfiança para a enxurrada de obras de cunho medieval que pululam nas livrarias brasileiras desde que O Senhor dos Anéis foi redescoberto em 2001. Não foi diferente com A Guerra dos Tronos. Vi nas livrarias, dei uma olhada e deixei pra lá. Então as pessoas começaram a falar bem por aí, e eu descobri que uma série da HBO adaptando o livro estava em desenvolvimento (protagonizada por Sean Bean, o Boromir de O Senhor dos Anéis, estreia em 2011). Li um pouco a respeito e fiquei curioso. Passando pela livraria, descobri que custava apenas 30 e poucos reais, muito barato para ser um livro de 600 páginas com encadernação maior que a comum e fonte menor que a maioria. Comprei.
E não me arrependi. O autor George R. R. Martin elaborou um intrincado universo diegético para sua saga, que não se conclui aqui. Pelo contrário, uma grande deixa fica no final da leitura, à espera do lançamento do Livro Dois em terras brazucas. A narrativa é deliciosa! Não é das mais simples, mas também não é nenhum Tolkien. Inúmeros termos foram cunhados e jamais são desnecessariamente explicados, permitindo que o leitor descubra com o passar do tempo seu significado (exemplo: Meistre, que é um título dado aos magos do lugar). A fragmentação do fluxo da história é inteligente: apesar de cada capítulo ser centrado em um personagem (creio que são sete personagens utilizados dessa forma, em revezamento), a linearidade é respeitada. Ou seja, após um capítulo com Eddard Stark, o patriarca da família de protagonistas, o capítulo seguinte, com seu filho Bran, não conta o que aconteceu com Bran durante o capítulo anterior, mas sim o instante seguinte. Não sei se fui claro, mas não são narrados eventos paralelos, mas sim há a impressão de que pedaços de cada linha narrativa nos são mostrados. Achei o recurso muito criativo!
A história gira em torno dos Stark, um dos sete clãs mais importantes do Reino. Eddard precisa deixar o seu lar para se tornar o braço direito de seu amigo, o Rei. E acaba se envolvendo em um complexo jogo político e conspiratório, semelhante ao que comumente encontramos nas histórias sobre os reinados europeus. Sua esposa e filhos também acabam envolvidos na trama e após alguns capítulos estamos envolvidos de tal forma que precisamos desesperadamente saber o que vai acontecer, e tem sido doloroso ter que esperar o lançamento sem previsão do próximo volume.

3. Ramsés - Volume 2: O Templo de Milhões de Anos
2. Ramsés - Volume 3: A Batalha de Kadesh
1. Ramsés - Volume 4: A Dama de Abu-Simbel

O escritor Christian Jacq é um historiador e egiptólogo e resolveu usar esses conhecimentos para contar a história de vários grandes personagens do Egito Antigo. Sua série mais famosa é composta pelos cinco volumes que narram a vida de Ramsés II, provavelmente o mais grandioso Faraó de todos os tempos. O Volume 1 também faria parte dessa lista, caso eu não já o tivesse lido há muitos anos e em 2010 apenas relido, e o Volume 5 também é ótimo, mas sofre com uma ligeira queda de ritmo, então acabou não participando do top. Mas os volumes 1-4 são esplendorosos e os devorei num ritmo inacreditável. Eu adoro a sensação desesperadora que se apodera de mim quando me empolgo com um livro ou uma série de TV e passo a respirar a história, lendo/vendo em cada brecha, reduzindo as horas de sono para terminar logo. Obviamente, Jacq romanceou a verdadeira história, da qual provavelmente sabemos muito pouco do que realmente aconteceu.
Mas pelo que sabemos, Ramsés é o filho mais jovem do Faraó Sethi e acaba sendo escolhido como seu sucessor. Isso desperta a inveja de seu irmão mais velho, Chenar, muito mais adequado a um cargo puramente político que Ramsés, mas o Faraó não era simplesmente político. Ele era o líder político, militar e religioso do Egito. E apenas Ramsés era verdadeiramente capacitado para exercer as três funções habilmente, inspirando a extrema devoção dos seus súditos que, diferente da maior parte das nações, acreditavam que o Faraó se comparava aos seus deuses, não sendo apenas um representante deles na Terra. Então, ao longo dos cinco volumes, Ramsés se torna um Faraó, tem que lidar com as ameaças hitita e líbia, com seu inquieto amigo Moisés, o hebreu (a história dele vocês conhecem, né? =P), e com as duas mulheres da sua vida, Iset, a Bela (sua primeira paixão, inadequada para se tornar a Grande Esposa) e Nefertari (que se torna sua consorte real). Desafio leitores a não ficarem fascinados com a personalidade magnetizante de Ramsés, que nos convence de que não é mesmo simplesmente um humano.


Estátua de Ramsés II no gigantesco templo de Abu-Simbel



Filmes - Cinema

Menções Honrosas: Nosso Lar, A Fita Branca e Direito de Amar.
Eu não costumo falar muito de religião, porque acho que esse assunto é muito pessoal, e prefiro nem tentar interferir na opinião de ninguém a respeito. De toda forma, o filme Nosso Lar só funciona realmente bem se você acreditar nos acontecimentos retratados, como é o meu caso. Mas independente deles, a "cidade" criada por computação gráfica é fantástica, talvez o ápice dos efeitos visuais em longas nacionais.
Michael Haneke é um cara esquisito que faz filmes esquisitos. Nenhum dos longas dele que eu tive a oportunidade de assistir é fácil. A Fita Branca nos apresenta à Alemanha pré guerras mundiais e ao nascimento do que um dia se tornaria o nazismo. Moralmente muito forte, a bela fotografia em preto e branco do longa e os efeitos sonoros ajudam a construir a tensa atmosfera que envolve a pequena cidade onde se ambienta a dramática história.
Eu sempre gostei de Colin Firth, mas ao assistir Direito de Amar percebi que ele era um ator mais competente do que eu pensava. Sua atuação lhe rendeu indicações a inúmeros prêmios e um destaque tal que esse ano está novamente nos holofotes, com O Discurso do Rei. Bem, Direito de Amar é um retrato construído pelo estilista Tom Ford em sua primeira aventura atrás das câmeras, sobre um homem que precisa superar a grande tristeza em que sua vida se tornou, com a ajuda da antiga amiga vivida com muito talento por Julianne Moore. Através de flashbacks e planos com poucos diálogos, o filme emociona mais pelo não dito que pelo exposto. Firth nos transmite muita segurança sobre o papel e lembro de ter saído do cinema amargurado como se a causa de sua tristeza tivesse acontecido comigo.

10. Harry Potter e As Relíquias da Morte - Parte I
Não é segredo que eu sou um grande fã dos livros do bruxinho inglês. Quando era mais jovem e meu senso crítico mais brando, eu curtia mais os filmes e eles costumeiramente lideravam minhas listas. Hoje sempre tenho a impressão de que são muito corridos. Ainda assim, a primeira parte de As Relíquias da Morte é excelente ao adaptar o universo tenso e sombrio de J. K. Rowling para as telas. Já falei muito sobre o filme aqui.

9. Rastros de Ódio
Começa aqui a razão da mudança nas minhas listas em 2011, para filmes novos e geral, porque vi alguns longas antigos no cinema do CCBB em 2010. Rastros de Ódio é um clássico de John Ford, certamente um de seus longas mais famosos. Protagonizado pelo rei dos faroestes John Wayne, a produção, na fase colorida da carreira de Ford, conta a história de um homem que deseja vingar o assassinato de seus familiares e, mais que isso, encontrar sua sobrinha, sequestrada pelos índios. Desde já um de meus faroestes prediletos (embora eu tenha assistido menos longas do gênero do que gostaria).


John Wayne

8. Onde Vivem os Monstros
Considero Onde Vivem os Monstros um filme subestimado. Muito pouco se falou do longa de Spike Jonze inspirado no livro infantil de Maurice Sendak, quando o encaro como um retrato sensível, psicológico e lúdico do universo infantil. Com personagens carismáticos (embora, admito, boa parte dos monstros seja estereotipada), um excelente trabalho de dublagem, e uma trilha sonora fantástica composta pela cantora indie Karen O, o longa se beneficia inclusive da cenografia da "vila dos monstros", simplista como seria o universo imaginado por uma criança. Claro que a participação de Catherine Keener como a mãe do protagonista é um ótimo bônus, já que nos últimos anos a atriz vem se especializando em escolher papéis que sempre me agradam, o que acabou gerando uma admiração da minha parte por seu trabalho.

7. Como era Verde o meu Vale
Outro clássico de John Ford, dessa vez nem de perto um faroeste, e ambientado na sua Irlanda natal. É um melancólico retrato de uma cidadezinha que gira em torno de uma indústria em uma época em que realmente parecia interessante falar em socialismo, pois o capitalismo fordista (muito bem satirizado por Chaplin em Tempos Modernos) era cruel e não havia leis trabalhistas e muito menos de direitos humanos. Assistimos ao longa pelo ponto de vista de uma criança, que vê seus irmãos e pais trabalhando à exaustão e tem que lidar com as dificuldades da pobreza e da falta de oportunidades do lugar.

6. Kick-Ass
Dois filmes pop adaptados de quadrinhos em seguida. Kick-Ass é um espetáculo muito divertido mas que só foi alçado à fama pelo desempenho brilhante da garota Chloë Moretz como a Hit-Girl, a personagem do ano na minha opinião. Todo o filme é muito empolgante, claro, o roteiro é até bem amarrado e etc., mas a Hit-Girl rouba a cena descaradamente. "Me? I'm Hit-Girl".


A Hit-Girl

5. Scott Pilgrim Contra O Mundo
Falei sobre Scott Pilgrim na seção de quadrinhos, mas preciso dizer que o filme é muuuuito cool! Tem várias liberdades com relação ao original, mas adorei tudo! Adorei ver a Mae Whitman (a Amber de Parenthood), o Brandon Routh e o Jason Schwartzman fazendo participações hilárias. O Michael Cera é ótimo pro papel e eu ameeeei a Knives Chau (mais bacana que na HQ, eu diria) da Ellen Wong, mas meu destaque vai mesmo pro Kieran Culkin (pra quem não sabe, irmão do Macaulay), que está divertidíssimo como o amigo gay de Scott, Wallace. As referências a videogames foram intensificadas no longa e sua própria estrutura lembra mais uma sequência de fases que de atos, hahaha. A trilha sonora então? Espetacular! Os efeitos sonoros e visuais também são muito eficazes, bem como a montagem com transições sutis e curiosas, mexendo um pouco com a noção de tempo do espectador. Destaque máximo para a cena em que Pilgrim está meio abobalhado e nem percebe o que está fazendo.

4. A Ilha do Medo
Que Scorcese é um dos melhores diretores de todos os tempos ninguém duvida. Seu trabalho em A Ilha do Medo é um dos mais eficazes dos últimos anos (aliás, arrisco a dizer que é o melhor da parceria com o DiCaprio). O filme é construído sob uma atmosfera exasperante de tão tensa, e é impressionante a habilidade do veterano diretor e sua equipe de nos fazer acompanhar o protagonista em seus temores. Todo o elenco é fabuloso, desde a participação de Michelle Williams (uma atriz que sempre foi interessante, mas agora vem cada vez melhor e sabendo escolher muito bem seus projetos. Sou seu admirador desde Dawson's Creek, série de cujo elenco ela sempre foi a mais talentosa) ao próprio DiCaprio. E o roteiro é também fantástico, conseguiu me surpreender com seu desfecho.

3. Tudo Pode Dar Certo
Alguns podem se espantar com essa privilegiada posição do último filme de Woody Allen. Nem é tão espetacular assim, embora seja ótimo. Mas ele está aqui porque me fez pensar por muito tempo depois da sessão, sobre o protagonista vivido por Larry David. Eu tenho muito medo de ficar igual quando mais velho. Já tenho as tendências solitárias e rabugentas e a cada dia perco mais a fé na humanidade. Não me esqueço de quando ele comenta que colocaram descargas automáticas nos banheiros públicos porque não podemos confiar no homem nem sequer para apertar a descarga. Deprimente. Mas reflexões à parte, o longa é hilário! Patricia Clarkson está divertidíssima e eu adoro a lindinha Evan Rachel Wood. O destaque é o cinismo de Larry David, claro.


Larry David e Evan Rachel Wood

2. Toy Story 3
Quem diria que uma sequência, e realizada após tantos anos, pudesse ser um filme tão bom, hein? Não posso afirmar que seja o melhor da Pixar. Creio que Os Incríveis e Ratatouille são sutilmente superiores. Mas é um longa perfeito! Eu revi os dois anteriores alguns dias antes e tinha a história fresca na minha mente. Como não se emocionar ao rever aqueles personagens queridos? Não resisti a algumas cenas mais comoventes. Passei toda a projeção com um sorriso de ponta a ponta. A Pixar é o estúdio mais consistente de Hollywood.

1. A Origem
Eu queria ter feito um post sobre A Origem após o lançamento. Mas não saiu. Agora eu não poderei escrever com a mesma empolgação, mas... nem tem muito o que dizer. Eu não encontrei falhas neste que é pra mim o melhor filme dirigido por Christopher Nolan. A Origem foi em 2010 o que Matrix foi em 1999. Ou quase. Matrix foi um pouco mais impactante pelo visual estilizado e pelas cenas de luta. Mas em termos de ideias e roteiro... uau! Pensei em sonhos por um bom tempo e até hoje sinto uma pontada de vontade de mestrar um RPG partindo da premissa da invasão dos sonhos! Uau! Uau!
Só mais um comentário a acrescentar: este me parece ter sido um ano relativamente fraco para o cinema. Excetuando A Origem, tive profunda dificuldade de montar meus tops. Não conseguia decidir nenhum filme bom o suficiente para ficar em segundo ou terceiro lugares.



Filmes - Geral

Menções Honrosas: Kick-Ass, Como era Verde o meu Vale e Um Sonho Possível.
Kick-Ass e Como era Verde o meu Vale foram comentados acima.
Eu seeeei que Um Sonho Possível é clichê e piegas. Também sei que a atuação de Sandra Bullock, por mais que esteja legal, não merecia o Oscar. Ainda assim, deixei o filme registrado aqui porque me arrancou algumas lágrimas. Saber que é uma história real me permitiu ter um pouquinho de fé na humanidade, ainda que logo esta tenha sumido. =P

10. O Fantástico Sr. Raposo
Wes Anderson é um diretor que me atrai. Não vi tantos filmes dele, mas preciso resolver logo esse problema. =P O Sr. Raposo é um pai de família (sim, é uma raposa =P) malandro. Prefere roubar galinhas que trabalhar. Isso provoca a ira dos fazendeiros locais e logo a confusão está armada. A trilha sonora é deliciosa e os diálogos de Anderson são sempre provocantes. Se você gostou de Os Excêntricos Tenenbaums, provavelmente apreciará O Fantástico Sr. Raposo. É semelhante, porém em stop-motion! ^^

9. Laços de Ternura
Eu adoro dramas. Laços de Ternura é um filme adorável protagonizado por Shirley McLaine, que é mãe da personagem de Debra Winger. O relacionamento das duas é o cerne da história. Enquanto a filha vive seus romances, a mãe tem dificuldades para confiar em homens novamente. É aí que entra o vizinho garanhão interpretado por Jack Nicholson. John Litgow (o Trinity Killer da quarta temporada de Dexter) faz uma boa participação. Engraçado, comovente, triste e emocionante! Ah, o filme tem uma continuação realizada anos depois, O Entardecer de uma Estrela, que é muito bom também, embora inferior ao original.

Debra Winger e Shirley McLaine em Laços de Ternura

8. Scott Pilgrim Contra O Mundo
Vide comentário mais acima.

7. A Ilha do Medo
Vide comentário mais acima.

6. O Segredo dos Seus Olhos
Belíssimo longa do argentino Juan José Campanella, que conta a história de um recém aposentado oficial de justiça. Após a aposentadoria, o personagem, vivido por Ricardo Darín em uma composição calculada, decide escrever suas memórias, e se vê relembrando um incidente do passado, quando investigou com seu parceiro de trabalho o assassinato de uma jovem mulher, a pedido do viúvo, chefiado por Irene, a belíssima mulher por quem nutre uma paixão secreta. Não há muito o que reclamar da obra, que surpreendente e felizmente derrotou A Fita Branca no Oscar de Filme Estrangeiro. Seu roteiro é excelente, todos os aspectos técnicos, desde maquiagem à efeitos sonoros, são corretíssimos, as atuações dos principais membros do elenco exemplares e a direção impecável. Romance, drama, aventura, suspense e até uma pitada de comédia. Recomendo fortemente!

5. Tudo Pode Dar Certo
Vide comentário mais acima.

4. Mary & Max
Uma das mais belas e tocantes animações de que tive notícia, Mary & Max é capaz de levar valentões às lágrimas com sua história emotiva. Mary é uma garotinha australiana de 8 anos nascida em uma família problemática e que resolve escrever para um americano. Escolhe um nome ao acaso na lista e descobre Max, um senhor de 44 anos, com problemas de obesidade e relacionamento. Os dois começam então a trocar cartas e depois pequenos presentes e guloseimas e dialogam sobre os mais diversos assuntos. O tempo passa e acompanhamos o desenrolar das vidas dos dois personagens através de sua correspondência. É impressionante como uma narrativa consegue se sustentar de maneira belíssima quase que inteiramente através de cartas. Certamente o custo da produção foi bem reduzido e ela merecia ter sido indicada a inúmeros prêmios, ainda que seu forte não seja o apuro técnico (embora este conte com bastante criatividade). Enfim, não deixem de assistir, mas tenham seus lenços em mãos.

3. O Segredo de Kells
Fiquei completamente apaixonado por esta animação. Comentei muito brevemente sobre ela no meu post sobre o Oscar deste ano, que pode ser lido aqui. A história imagina a origem do Livro de Kells, um trabalho ilustrado considerado um dos maiores tesouros da história irlandesa. Vejam algumas páginas aqui. O estilo da animação busca mimetizar a arte do livro, inclusive as cores, e é perceptível a origem celta do manuscrito, ainda que este seja cristão, uma vez que foi produzido numa conflituosa época de transição entre as duas influências religiosas. Mesmo que o filme não fosse tão legal, só este esforço visual para se assemelhar ao Livro de Kells já valeria a recomendação, mas a história, a trilha sonora e mesmo a dublagem garantem o destaque da obra.


Brendan e Aisling em O Segredo de Kells

2. Toy Story 3
Vide comentário mais acima.

1. A Origem
Vide comentário mais acima.


O perfeito cartaz de A Origem


Encerro o post com meus votos de Feliz 2011 para todos e com um excerto de O Segredo de Kells, com a bela canção entoada pela personagem Aisling:

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Harry Potter e As Relíquias da Morte - Parte I

Há pouco mais de nove anos, eu soube que em breve estrearia nos cinemas Harry Potter e A Pedra Filosofal, adaptação cinematográfica do primeiro livro da série que havia estourado pelo mundo. Eu tinha interesse em ler os livros, mas ainda não tinha tido oportunidade. Então, com a proximidade do filme, arrumei o primeiro volume emprestado. Li, gostei bastante, depois assisti ao longa e achei ótimo. Então um ano se passou e quando me dei conta Harry Potter e A Câmara Secreta estava estreando e eu nem tinha lido o segundo livro. Conferi o filme assim mesmo e saí bobo da sala de projeção! E desesperado para ler! No mesmo dia baixei na Internet o livro e seus dois sucessores. Em meio a aulas da faculdade li A Câmara Secreta em um dia, O Prisioneiro de Azkabam em dois e O Cálice de Fogo em três. Sim, no PC. =P E nem era PDF, era no formato do Help do Windows, terrível! Mas essa minha mania de mergulhar de cabeça quando algo me atrai me impediu de esperar e a imersão no universo criado por J. K. Rowling me tornou praticamente um fã. Comprei os quatro volumes e de lá pra cá acompanhei os lançamentos dos três livros finais e de todos os longas, conferindo-os sempre na primeira sessão disponível.

Pois bem, é com esse background que afirmo ser muito triste o iminente desfecho das novidades sobre Harry Potter. Após o fim dos livros, ficou um vácuo. Mas ao menos tínhamos os filmes. Mas agora até estes se aproximam do final, agendado para 15 de julho de 2011. Com o pesar que essa despedida me acarretou, entrei nessa madrugada na sala de cinema para conferir a primeira parte dAs Relíquias da Morte. Claro, antes de mais nada, eu reli o livro essa semana, para deixar as cenas frescas na memória e identificar novidades, alterações e cortes.
Tranquilizo-os: o filme é muito competente! Poucos cortes de cenas do livro, algumas inovações, em geral benéficas, e muito empenho. O trio de protagonistas nunca esteve tão bem, e começo a crer que toda a carga exigida nesses dez anos de filmagem deve tê-los capacitado a encarar quaisquer desafios que suas futuras carreiras possam oferecer. Daniel Radcliffe, Rupert Grint e Emma Watson encarnam os personagens. Eu realmente não sou mais capaz de ler os livros sem que os três interpretem na minha mente as cenas. Também não preciso comentar o elenco de apoio, pois não há uma franquia cinematográfica que reúna mais talentos por metro quadrado do que Harry Potter. O grande destaque aqui talvez vá para Ralph Fiennes, que torna Voldemort mais e mais assustador a cada filme.
A parte técnica também não desaponta: trilha sonora eficaz e tensa; fotografia sombria o bastante para nos permitir ter um pouco de medo junto com os personagens; direção de arte interessantíssima, ao fugir de Hogwarts pela primeira vez durante todo um longa, buscando paisagens bucólicas do Reino Unido, com tal grau de isolamento que reforça a sensação de que os três estão realmente sós nessa jornada.


AVISO: PODE CONTER SPOILERS, NÃO LEIA ANTES DE VER O FILME

Obviamente, nem tudo são flores. Enxergo pequenos problemas, que não afetam a qualidade da obra, mas que vou destacar:
- Parece ser impossível não tornar os longas apressados. Cenas como a infiltração no Ministério da Magia ficaram tão resumidas, que quando eles saíram eu pensei "já?". E no livro temos a impressão de que eles ficam muito tempo na casa de Sirius, enquanto o filme faz parecer que foram dois ou três dias apenas;
- Pelos céus, cadê a capa da invisibilidade de Harry? Enquanto eu relia o livro, pensei "ah, eles têm evitado a capa filme após filme, mas nesse será impossível, afinal Harry a utiliza O TEMPO TODO". E não é que ainda assim a deixaram de lado? Nem acreditei;
- A resolução dada para problemas gerados por cenas cortadas em filmes anteriores ficou esquisita: Gui e Mundungo são os principais exemplos. E Fleur, que apesar de aparecer, creio que nem foi citada? Eu tive que explicar pro meu amigo não-leitor que ela e o irmão de Rony iam casar e tal, até porque a cena do casamento foi bem encolhida;
- Só eu achei o encerramento muito brusco? Tipo... ok, Dobby morreu, que triste e tal, e Voldemort pegou a varinha, e bam! Eu acredito que teria ficado bem melhor se Harry tivesse conversado com Olivaras após o funeral de Dobby, ou pelo menos com Grampo, que mal abriu a boca. Tanto as duas conversas serviriam para retirar o público da tristeza pela morte do elfo, reduzir o ritmo para o fim, como ainda gerariam uma expectativa bem maior para a Parte II. E a ceninha de Voldemort ficaria no fim mesmo.

FIM DOS SPOILERS


Bom, daqui a alguns dias, ou semanas, vou ao cinema ver mais uma vez para captar detalhes e, quem sabe, mudar de opinião sobre algum ponto. E é isso. Hora de aceitar que depois de 15 de julho a franquia Harry Potter não terá mais novidades.

sábado, 13 de novembro de 2010

O Senhor dos Anéis

Estou procrastinando meu retorno ao blog há muito tempo. Claro que minha vida deu uma estressada básica, mas eu também perdi um pouco a força de vontade. Bom, vivo pedindo desculpas pelo sumiço e tal, não farei mais isso. =P

O que me motivou a voltar a este espaço foi o box com as versões estendidas de O Senhor dos Anéis. Há quase 7 anos eu esperava pela boa vontade da Warner em lançá-lo no país. E hoje, apenas hoje, me arrependi de não ter adquirido o box com as versões normais também, já que agora sou mais fã do que nunca e gostaria de ter ambos os formatos. Bom, finalmente a Warner tirou o atraso e eu pude conferir as cerca de 20 horas de documentários contidos nos seis DVD's de Apêndices. Ainda não revi os filmes. Já vi duas vezes a versão estendida, mas faz alguns anos da última e pretendo fazer uma grande maratona ainda este ano.

Mas estou aqui para explicar as razões pelas quais, agora principalmente, O Senhor dos Anéis é meu filme favorito. Tipo, o livro também é meu favorito, mas essa não é uma escolha fácil e vive sob risco. A série Harry Potter, por exemplo, batalhou forte e quase chegou lá. E volta e meia me deparo com livros espetaculares. Já o filme... após conhecer todo o processo por trás de sua realização, posso afirmar que, por mais que outros filmes me entusiasmem, me emocionem, me façam refletir... a trilogia de Peter Jackson é uma obra-prima tão perfeita que tenho minhas dúvidas se algum dia eu conseguirei ver outros longas com os mesmos olhos.

Deixe-me citar alguns fatos aleatórios sobre os extras:
- Se antes eu já tinha profunda admiração por Peter Jackson, hoje ele é um ídolo. E se tivesse uma filmografia mais consistente, poderia ser meu diretor favorito. Ele dedicou quase 10 anos à trilogia de Tolkien e podemos ver nos making-ofs o amor que sentia pelo que estava fazendo. Em nenhum instante, o vemos nervoso ou com falta de confiança. Ele parecia saber desde o princípio que daria certo. E deu. Parecia confiar em cada membro de sua imensa equipe. E valeu a pena.
- A equipe... não há como definir a união de cada time que passou 6 ou 7 anos trabalhando nos longas. O time de efeitos visuais, o time das miniaturas, o time do departamento de arte, o time dos efeitos sonoros, a equipe de dublês, a equipe de produção, o elenco, Howard Shore e o trio formado por Philippa Boyens, Fran Walsh e seu marido, Peter Jackson. Parecia uma grande família. E quanto mais Pete exigia deles, mais eles davam duro e se esforçavam com dedicação para fazer o melhor trabalho. E que trabalho. Enquanto James Cameron só quer saber de efeitos em Computação Gráfica e captura de movimentos (que, aliás, foi extremamente aperfeiçoada pelo Gollum), Pete adora maquetes, miniaturas, efeitos à moda antiga. Aliás, não havia regras para o que as equipes poderiam fazer. O importante era obter o melhor resultado. Para garantir a qualidade da arte dos filmes e a perfeita recriação da Terra-Média, PJ conseguiu contratar Alan Lee e John Howe, dois renomados ilustradores apaixonados pela obra de Tolkien, conhecidos por ilustrações para capas dos seus livros, mapas e publicações adicionais. Os dois conseguiram passar todo o seu conhecimento para a arte da Terra-Média. Enfim, a equipe foi tão feliz junta que o encerramento do trabalho foi doloroso, e parecia que, apesar do stress, todos queriam dar continuidade. Howard Shore, por exemplo, montou uma orquestra para fazer apresentações com músicas dos filmes, tamanho era seu desejo de permanecer nesse universo.
- O fabuloso elenco, que conta não só com ótimos atores, mas com pessoas divertidas, humanas, engajadas socialmente, verdadeiras lendas do cinema (no caso de Christopher Lee, claro, e, por que não, Ian McKellen), que se tornaram amigos durante o processo. Alguns não souberam aproveitar a fama. Sério, Elijah Wood poderia ter pego vários papéis importantes nos últimos anos. Outros já eram famosos. Alguns, como Orlando Bloom, ascenderam no ramo, como bem demonstra sua participação em outra trilogia, a dos Piratas do Caribe. Infelizmente, ele provou não ser muito bom ator, digo, para demonstrar emoções, etc. Mas acho que poderia ter uma boa carreira no cinema de ação e aventura. Aliás, teria dado um substituto muito melhor para Harrison Ford do que Shia LaBeouf. Mas eu creio que nenhum ator foi mais beneficiado do que Viggo Mortensen. Que ser humano excepcional! Junto com Peter Jackson, se tornou um novo ídolo para mim, após os documentários. Sua dedicação ao papel foi memorável. E ele se tornou uma espécie de amigo de todos nos sets de filmagem. Fez grande amizade com os dublês, aprendeu a manusear sua espada como nenhum outro, gerou tanta empatia com o cavalo que utilizou que ao final acabou comprando-o para si, e pude ver que é realmente uma pessoa fantástica. Aliás, elevarei-o a partir de hoje ao status de ator do qual quero conferir o máximo da filmografia, em um seleto grupo que até então contava apenas com Christina Ricci (minha atriz favorita há mais de 10 anos), Johnny Depp (meu ator favorito) e Natalie Portman. Enfim, desde a trilogia, Viggo vem pegando papéis intensos, dramáticos, e não me surpreenderei se eventualmente ganhar um Oscar de atuação.


Bom, não pretendo me alongar mais, pois não quero que as pessoas desistam ao ver o tamanho do post (como sempre acontece com meus posts de final de ano =PPP). Concluo sugerindo aos que gostaram dos filmes que assistam aos making-ofs sensacionais, que não se limitam a mostrar como os efeitos foram criados, mas exibem a paixão envolvida na criação da Terra-Média de Peter Jackson. E fico na torcida pelo sucesso dos filmes de O Hobbitt, a serem lançados em dezembro de 2012 e de 2013 e que contarão com o mesmo time vencedor de antes!

terça-feira, 15 de junho de 2010

Capuccino Especial

Eu adoro essa época mais fria! =] E vocês?

Hoje às 8:00 estava 14 graus em Brasília, então imagino que às 6:00, quando acordei, devia estar uns 12.

O único incômodo é ter que sair da cama essa hora e tomar um banho. =/ Mas tenho um segredo para esquentar: quando o frio aperta mesmo, eu faço uma caneca de uma espécie de capuccino que eu mesmo adaptei, e cuja receita segue abaixo:
- Leite e toddy/nescau a gosto, como se fosse fazer um copo de achocolatado (uso leite em pó, se for fazer com o líquido, ele deve ser fervido antes);
- Café (eu uso aproximadamente uma colher de chá de café solúvel, mas quem preferir pode usar o tradicional em pó, só precisa adaptar. Não bebo café puro, mas a cafeína é ingrediente fundamental para animar nesse frio);
- Uma pitada de cravo em pó (se não tiver em pó, creio que jogar um dente de cravo dentro da bebida faça bom efeito também);
- Uma pitada de pimenta do reino moída (o ingrediente principal da minha bebida, o verdadeiro responsável pelo aquecimento);
- Canela à gosto (eu uso em pó e polvilho uma quantidade. Deve ser consumido conforme a preferência. Se exagerar, ela domina o gosto da bebida);
- Como faço com tudo em pó, misturo na caneca, fervo água e adiciono, dissolvendo bem. Mas quem usar café e leite líquidos, misturar os dois na sua proporção e acrescentar os demais ingredientes depois.

Alguém se habilita a provar? =]

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O Fantástico Mundo de Elvis

Ok, o título desse post está bizarro, hahahaha. Mas eu vou falar de temas tão variados nas próximas linhas que não pude deixar de pensar em algo inventivo. Como estou sumido há muito tempo (três meses...), vou fazer um breve resumo do que tenho assistido, lido e ouvido. O destaque vai para Lost, que não me surpreendeu, pois eu já esperava apreciar a série, depois de tanta propaganda por parte dos amigos.


Lost

Há alguns anos tive a oportunidade de assistir Lost e neguei. Percebi o quão neuróticos estavam os fãs, em uma ânsia desesperada pelo próximo episódio ou pior, pela próxima temporada. E decidi que eu não queria passar por isso. Estava curtindo outras coisas, e achei que seria melhor ver tudo de uma vez após o término da série.
Não é uma decisão da qual eu me arrependa, porém, a visão que tenho sobre a série não é a mesma de quem acompanhou fielmente desde o início, sendo obrigado a lembrar de cada detalhe minucioso desses seis longos anos.
Não foi inesperado que eu tenha apreciado a série. Conhecendo os gostos das pessoas que insistiam para que eu assistisse, imaginei que eu fosse gostar. E isso realmente aconteceu. Lost é uma série extremamente complexa, com três principais pontos fortes, do mais para o menos relevante:
- Personagens: não há um único personagem ruim em Lost. Há uns raros mal-aproveitados, mas a esmagadora maioria deles é tridimensional o suficiente para que os apreciemos, independente de concordarmos ou não com suas atitudes. Estabelecendo pouco a pouco as personalidades das figuras centrais da série, os roteiristas permitiram que gerássemos uma profunda identificação com determinados aspectos das personas de Lost. Como era de se esperar, Jack é o personagem mais bem desenvolvido, e desde o início ganha um número um pouco maior de cenas. Mas é apenas na última delas que temos a certeza dele ser realmente o protagonista, quando antes poderíamos desconfiar que havia ao menos quatro ou cinco destes. Além dele, Kate, Sawyer, Hurley e Locke formam o núcleo central da história, acompanhados de perto por Sayid, Claire, Jin, Sun, Charlie, Desmond, Ben e Juliet. Todos extremamente fascinantes, cada um a seu modo. Meu grande favorito provavelmente seja Desmond, por ser sempre motivado por razões nobres e guiado pelo seu amor incondicional por Penny. Mas como o brotha não era um passageiro original do Oceanic 815, entre estes eu gosto mais de Claire e Charlie. Acho perfeita a maneira como eles se aproximam aos poucos, e lamento muito o estado ao qual ela foi reduzida na temporada final. Mas sou grande apreciador também de Sayid, Sawyer e Hurley. Sawyer talvez seja o personagem com maior crescimento na história. De um caipirão golpista no início, a um grande herói no final.
- Narrativa: se Lost tiver que deixar apenas uma contribuição para o formato das séries televisivas, será sua narrativa. A cada temporada, uma mudança estrutural surpreende os espectadores. Na primeira temporada, a série inovou ao desenvolver os personagens através de flashbacks, fazendo de acontecimentos do passado revelações surpreendentes, como o fato de Locke ser cadeirante antes de chegar à Ilha. Na segunda temporada, fomos apresentados aos tripulantes da cauda do avião, e a narrativa se tornou dividida. Na terceira temporada, é a vez dos Outros serem introduzidos na trama. Conhecemos parte de suas motivações e o modus operandi daqueles sob o comando do calculista Benjamin Linus. A quarta temporada inova ainda mais, com o conceito de flashforwards: visões de um futuro no qual seis dos personagens haviam deixado a Ilha. Com a quinta, vem a separação temporal: alguns personagens estão no presente e outros no passado. E a sexta e definitiva é guiada pelo que pensávamos ser um flashsideway, mas que na verdade era o flashlimbo (termo cunhado pelo Pablo Villaça em sua ótima análise do último episódio). É impressionante a habilidade do roteiro de não deixar o espectador se perder ao passo em que complica a estrutura da série. Uma verdadeira aula.
- História: como eu poderia não apreciar uma história unindo ciência e magia? Todo o arcabouço científico, o conjunto de pistas meticulosamente deixadas durante a série, o número de fatos deixados para a imaginação dos espectadores... e realmente o núcleo central do roteiro foi planejado desde o princípio. Magnífico!


Mas e aí, o que vocês acham que realmente aconteceu na Ilha? Não circulei muito pela Internet procurando opiniões, mas pude identificar duas teorias principais (em geral, se formos separar cada detalhe haverá dezenas): uma delas é a de que todos morreram na queda do avião e a convivência na Ilha foi uma espécie de chance para que eles expiassem seus pecados, culminando no flashlimbo, onde obtiveram, digamos assim, o direito de ir em direção à luz (e aqui outras explicações religiosas se aplicam); e a segunda teoria, da qual eu compartilho, é a de que a Ilha existe e é realmente "mágica" e Jacob realmente manipulou tudo para que seus candidatos caíssem na Ilha (como ele poderia saber que eles sobreviveriam à queda do avião? Pelas propriedades da Ilha, claro), de forma a testá-los (como fez no passado com navios e outros visitantes) e escolher seu substituto. E o flashlimbo sim, teria sido após a morte dos personagens, para que eles se lembrassem das coisas que tinham vivido. Muita discussão pode rolar, mas há algo dito bem no final pelo pai do Jack, que, creio, aniquile a primeira teoria. Quando Jack se dá conta de que está morto e pergunta se todos ali estão, Christian responde que sim, e que morreram em épocas diferentes, mas que a parte mais importante das vidas deles foi vivida em conjunto, por isso estão ali reunidos. Ou seja, se tivessem morrido na queda do avião, não só eles teriam morrido juntos como não teriam tido vida em conjunto. =]

Diferente de muitos, não fiquei insatisfeito com o encerramento. Achei, aliás, muito poético e fechou completamente o ciclo de Jack. Se tivessem esclarecido mais questões, o que seria da mitologia da série após seu encerramento?

E vocês, o que acham disso tudo? Quero ler as opiniões de todos que assistiram a série, hein?

Ah! Prometeram 12 minutos extras nos DVD's, mostrando o período em que Hurley foi o protetor da Ilha com o auxílio de Ben. Estou ansioso!




Parenthood

Quando eu soube que a Lauren Graham (imortalizada como a Lorelai Gilmore de Gilmore Girls) estaria em uma nova série, eu sabia que teria que assisti-la de toda forma. Depois soube que o Peter Krause (o Nate de Six Feet Under) também faria parte do elenco. E a série seria de relacionamento. Uau! Tudo para dar certo, não? Ainda assim, os primeiros episódios não me animaram muito. Parenthood é uma série sobre a família Braverman, capitaneada pelo patriarca Zeke e sua esposa Camille. Eles têm quatro filhos: Adam (Krause), Sarah (Graham), Crosby e Julia. Cada um destes com seus relacionamentos e filhos, totalizando 6 netos, 1 nora e 1 genro, fora os casos de Sarah e Crosby. Assim, foi uma decisão deveras ousada da equipe técnica jogar esses 14 personagens no espectador de uma vez. E só com o passar dos episódios, compreendi que a idéia tinha dado certo. Foi arriscado, porque era impossível identificar-se com todos no início, mas aos poucos me senti como se fosse um primo dos Braverman! A primeira temporada teve 13 episódios e ao final eu estava apaixonado pela série! É realmente impressionante como os roteiristas conseguem dar espaço para todos os personagens e seus dramas pessoais. Para quem gosta de séries sobre relacionamento, recomendo! O elenco está bem sintonizado e ela trata dos mais diversos assuntos: mãe solteira; traição; ciúmes; paternidade inesperada; autismo; sexo na adolescência; finanças; e etc.





Rapidinhas

Glee: estou acompanhando Glee também. A história é falha e não empolga, mas vale pelos musicais, costumeiramente criativos. Há alguns bons cantores no elenco, com destaque óbvio para Rachel (Léa Michelle). Como andei numa fase de karaokês e cantos, tem sido legal ver a série, hehehe!
The Clone Wars: a segunda temporada foi muito superior à primeira, com destaques para o arco da Duquesa de Mandalorian e para aquele final, envolvendo o jovem Boba Fett.
Fringe: com alguns poucos episódios que não ajudaram na evolução da trama, todo o restante foi excelente e elevou o nível da série a um patamar difícil de ser superado. Confesso que estou curiosíssimo pelo desenrolar da história. Fringe tem a sorte de ter um dos trios mais carismáticos dos últimos anos à sua frente: Anna Torv (Olivia), Joshua Jackson (Peter) e John Noble (Walter). Não sei se já comentei aqui, mas vocês lembram que o John Noble era o Regente de Gondor, pai de Boromir e Faramir em O Senhor dos Anéis? Pelo visto, é especialista em interpretar personagens com problemas mentais, hehehe.
The Big Bang Theory: concluí esse ano que não sou grande fã de sitcoms. Elas são melhores para assistir de uma vez, não um episódio por semana. Afinal, a trama não é o seu forte e pouco evolui. O que interessa é criar comédia. Ainda assim, The Big Bang Theory teve uma temporada satisfatória, com destaque máximo para o episódio que mostrou o início da amizade entre os personagens.
Gossip Girl: lamentavelmente, a série se tornou aquilo que sua sinopse promete. Ou seja, fútil. Foi a pior das três temporadas, apesar de ter melhorado um pouquinho no final, conseguindo encerrar no nível da primeira, mas jamais igualando a segunda. Veremos o que os moradores do Upper East Side de Manhattan nos reservam.

Homem de Ferro 2: gostei do filme, na medida do possível para um filme do latinha. Em ambos os longas, os vilões completamente desinteressantes são o ponto fraco. Mas Downey Jr. está excelente como Tony Stark, o papel caiu como uma luva pra ele. Johannson está deslumbrante como Natasha, claro. Estou mais ansioso pelos próximos, do Capitão América, Thor e dos Vingadores. =]
Alice no País das Maravilhas: Tim Burton continua sendo Tim Burton, e há alguns bons aspectos de sua visão para o clássico da Literatura. Contudo, o filme não empolgou como poderia.
Fúria de Titãs: a idéia é boa, mas... não foi lá muito bem executada. Nem assisti em 3D para a decepção não ser maior. Tem boas cenas, mas novamente não conseguiu me empolgar. Cadê os bons filmes de aventura??? Espero que Príncipe da Pérsia consiga satisfazer (se bem que as críticas me avisam para não ter altas expectativas).

Mrs. Dalloway: badalado livro da Virginia Woolf, que eu sempre desejei ler. Narra um dia na vida de Clarissa Dalloway, organizando e dando uma festa. Vários personagens interessantes e complexos nos são apresentados, todos com voz própria. Mas o grande charme é mesmo o estilo literário. Não há capítulos, não há nenhuma divisão. Volta e meia o foco muda de um personagem para outro, mas a transição é tão sutil que o leitor precisa estar atento para não se perder. Seu estilo parece explodir os pensamentos dos personagens para o leitor. Na primeira metade, eu tive dificuldades para apreciar a originalidade da obra, mas então me interessei pelos personagens e agora reconheço seu valor literário. Seria melhor se o final fosse mais conclusivo, mas a proposta era ser realmente uma fatia de tempo na vida deles.
Percy Jackson e O Ladrão de Raios: li o primeiro volume da tetralogia Percy Jackson e gostei. Muito superior ao filme, que muda tantos fatos do livro que acabou se perdendo. Não é nenhum Fronteiras do Universo e tem algumas similaridades com Harry Potter (o menino que não sabia que era especial e tem poderes inesperados, a garota inteligente e o amigo trapalhão =P) que o desmerecem. Mas vale a leitura para quem gosta de fantasia infanto-juvenil.
Scott Pilgrim Contra o Mundo: este álbum em quadrinhos é uma das coisas mais geniais que absorvi esse ano! Scott Pilgrim é um jovem desempregado e que participa de uma banda com os amigos. Ele conhece inesperadamente uma garota que muda seu destino - a moderna Ramona Flowers. E, após se apaixonar por ela, descobre que vai precisar enfrentar os 7 membros da Liga dos Ex-Namorados dela. A Cia. das Letras lançou o primeiro de três volumes, que estão virando filme com o Michael Cera (Juno, Superbad) no papel principal. Muito divertido! \o/



Reformulação da Panini Comics: A Panini deve estar com problema de vendas no Brasil, pois resolveu misteriosamente reformular toda a sua linha de quadrinhos, criando revistas de 76 páginas e outras com 148, ao invés das tradicionais 100. Maio foi o primeiro mês dos quadrinhos reformulados e eu confesso que não achei muito legal. O preço final pro consumidor aumentou, os atrasos no lançamento continuam e não vi motivos reais para isso. Os títulos X, por exemplo. Eram 3 de 100 páginas, agora são 2 de 76 e 1 de 148. Ou seja, deu no mesmo. Ao menos pra mim que compro todos. Meu destaque vai sempre para X-Factor, Capitão América e Cable.
Nos mangás, Nana está insuperável! A edição 21 me deixou em um estado emocional só alcançado antes por Estranhos no Paraíso, em se tratando de quadrinhos.



Bem, é isso, pessoal. Desculpem a mistureba de assuntos, mas eu estava devendo, hehehehe. E ainda vou fechar com algumas apresentações da cantora inglesa Little Boots, um dos meus mais novos vícios, e uma outra da Kate Miller-Heidke, o vício anterior que continua.




A dentucinha Little Boots cantando New in Town


Little Boots e seu novo single, Earthquake


Criativa performance de Meddle, minha favorita da Little Boots




Kate Miller-Heidke deslumbra com Politics in Space acompanhada por seu marido (e compositor e colega de banda) nas ruas de Austin



Namastê!

domingo, 7 de março de 2010

Oscar 2010

Minha intenção era ter postado comentários sobre os indicados ao longo das semanas, conforme fiz no ano passado. Infelizmente, não foi possível. Mas, segue abaixo um pequeno comentário sobre as categorias e seus indicados. Esse ano deixei de ver apenas os cinco documentários (e tive acesso a três deles, mas não deu tempo), os cinco documentários de curta-metragem, três dos curta-metragem em live action e The Last Station, que foi tão raro que nem mesmo o crítico Pablo Villaça conseguiu conferir. Ah, e de Paris 36 eu só ouvi a canção indicada, também não conferi o longa.
Assisti 38 filmes de longa metragem e 7 de curta.

Vejam abaixo a cédula oficial, assinalada com meus palpites sobre os prováveis vencedores (cliquem para ampliar).




Melhor Documentário
Vi os trailers dos cinco indicados e todos possuem temáticas promissoras: Burma VJ fala de repórteres que se arriscam fazendo reportagens no país fechado de Burma; The Cove fala da matança de golfinhos na costa japonesa; Food, Inc. é mais uma denúncia aos grandes frigoríficos; The Most Dangerous Man in America: Daniel Ellsberg and the Pentagon Papers versa sobre como o funcionário do pentágono Daniel Ellsberg entregou cerca de 7 mil páginas de relatórios confidenciais do Pentágono para o New York Times, denunciando a forma como as guerras beneficiam o governo; e Which Way Home fala dos imigrantes ilegais mexicanos nos Estados Unidos. Contudo, pelo trailer, The Cove parece ter um acabamento mais dedicado e por isso é minha escolha.


Melhor Documentário em Curta-Metragem
Também não tive tempo de conferir os indicados, apenas seus trailers. Me parece um provável vencedor Rabbit à la Berlin, pois fala sobre os coelhos que viviam nos lugares onde, ao redor, foram construídos os campos de concentração da II Guerra Mundial. Com o alto contingente de judeus na Academia, creio que seja uma boa possibilidade.


Melhor Curta-Metragem
Assisti aos trailers de três dos indicados e pude conferir por inteiro dois deles: The Door e Miracle Fish. Meu voto vai para este último, pois é muito bonito (não vou revelar mais nada, pois sua temática real só é revelada no final), mas não me espantaria se Kavi fosse o vencedor.


Melhor Curta de Animação
Conferi os cinco indicados. French Roast é divertidinho, mas não empolga. Granny O'Grimm's Sleeping Beauty trás um bom trabalho de dublagem da velhinha, mas a animação fica devendo. Os três restantes são os mais promissores: Logorama é absolutamente genial ao trazer uma história vivida por personagens de logomarcas, como Ronald McDonald e o boneco da Michelin, em uma cidade composta apenas por tais marcas (inclusive pude encontrar a marca Hiper Bompreço no início, famosa cadeia de supermercados do Nordeste do Brasil). Em termos de criatividade, é certamente o melhor trabalho. Mas talvez seja muito arrojado para a Academia. Assim, creio que o vencedor será A Matter of Loaf and Death, que é um curta de 28 minutos da dupla Wallace & Gromit, sobre uma série de assassinatos de padeiros e um novo amor na vida de Wallace. Excepcional, como era de se esperar, e também meu favorito entre os cinco. Mas, The Lady and The Reaper também pode sair vencedor. Visual inspirado, sequências divertidas e conclusão apropriada, além da produção executiva de Antonio Banderas.


Melhor Animação
Essa é, para mim, a categoria com os melhores indicados da noite. Excetuando-se A Princesa e O Sapo, que é apenas mediano, os quatro concorrentes restantes são todos merecedores do prêmio. Obviamente, Up saira com o Oscar da festa, pois o apuro técnico da Pixar é ímpar. Porém, excetuando-se a magnífica sequência inicial, o longa seria consideravelmente diminuído quando comparado com os concorrentes restantes: Coraline é metaforicamente rico e conta com uma direção de arte genial, fundada, claro, na mente criativa de Neil Gaiman; O Fantástico Senhor Raposo é absurdamente divertido, conta com personagens muito cativantes, e é, como todo mundo anda dizendo, um Os Excêntricos Tanenbaums animado e com animais; mas meu favorito da noite é o soberbo O Segredo de Kells, um de meus filmes favoritos do ano até agora. Adotando um visual extremamente original, o longa tem como base um vilarejo celta no princípio do cristianismo, e seus personagens vivem entre a libertação de suas crenças pagãs e a necessidade de abraçar a nova religião. Destaque para a música cantada pela personagem Aisling, que deveria ter sido indicada a melhor canção (e seria minha favorita).


Melhor Canção Original
As duas canções de A Princesa e O Sapo são engraçadinhas, mas... também a indicada de Nine, apesar de divertida, não oferece muito. Assim, o caminho está mais que aberto para a consagração de The Weary Kind, apesar dessa não ser a música mais bonita do filme Coração Louco. Ainda assim, gostei mais da bela canção francesa do filme Paris 36.


Melhor Trilha Sonora
Eu adoraria se O Fantástico Senhor Raposo vencesse nessa categoria, embora preferisse ainda mais a trilha de Onde Vivem Os Monstros, completamente alternativa. Contudo, a vitória de Michael Giacchino por Up é praticamente certa.


Melhor Edição de Som e Melhor Mixagem de Som
Eu continuo com dificuldades reais para diferenciar essas categorias. Digo, eu até lembro a diferença, mas nunca lembro qual é qual. Então, filmes barulhentos costumam ter mais chance. Avatar deve vencer ambas. Mas Guerra ao Terror, Star Trek ou Transformers não me surpreenderiam.


Melhores Efeitos Visuais
Essa é a maior barbada da noite, afinal o que Cameron fez em Avatar revolucionou o cinema.


Melhor Maquiagem
Nenhum dos concorrentes é particularmente forte, na minha opinião. Aliás, o argentino O Segredo dos Seus Olhos me parece melhor que estes. Contudo, se o nariz de Nicole Kidman e as sobrancelhas da Salma Hayek podem, aposto nas orelhas de Spock. =P


Melhor Figurino
Também não há nenhum grande filme clássico de figurinos, na minha opinião. Nine é mediano até nesse aspecto. O Mundo Imaginário de Dr. Parnassus tem alguns bons figurinos, mas nada do outro mundo. Brilho de Uma Paixão tem uma personagem figurinista e é um provável vencedor. Coco Antes de Chanel fala da estilista, então também tem ótimas chances. Ainda assim, arrisco-me com The Young Victoria, pelo belo retrato da Inglaterra antes da grande mudança cultural trazida pela Era Vitoriana.


Melhor Direção de Arte
Dos cinco concorrentes, só Nine realmente me surpreenderia. A Inglaterra vitoriana de Sherlock Holmes e todos os apetrechos utilizados pelo detetive são cuidadosamente retratados no longa. Da mesma forma com The Young Victoria. Parnassus também é super criativo nos momentos ambientados no mundo imaginário. Todavia, a direção de arte de Avatar é talvez o aspecto mais grandioso do filme. Assim, conto com sua vitória.


Melhor Fotografia
Harry Potter está aqui por ser sombrio. Os filmes da série costumam ser tecnicamente impecáveis e pouco reconhecidos. As fotografias de Guerra ao Terror e Bastardos Inglórios retratam bem as respectivas guerras, e A Fita Branca possui um preto e branco realmente notável. Mas aposto em Avatar.


Melhor Montagem
Avatar não deve vencer este prêmio. Arrisco Guerra ao Terror, mas talvez a Academia queira premiar as montagens sempre não-lineares de Tarantino.


Melhor Filme Estrangeiro
Essa talvez seja a categoria mais imprevisível do Oscar, por motivos amplamente discutidos Internet afora. Pela primeira vez, tive a oportunidade de conferir os cinco indicados. Aliás, acabei de vê-los agora mesmo. O israelense Ajami tem uma montagem similar às de Tarantino: dividida em capítulos não-lineares. Conta histórias de árabes em Israel. Se fosse de judeus, seria um candidato mais forte, hehehehe. Um Profeta tem uma boa direção e vem sendo reconhecido mundo afora, então é um forte candidato, ao narrar histórias de presidiários. La Teta Asustada é tocante ao nos passar a fragilidade da personagem principal. O Segredo dos Seus Olhos é o melhor dos cinco longas, contando com um roteiro impecável, ótimas atuações, direção segura e um plano genial em um estádio de futebol. Mas o vencedor deve ser mesmo A Fita Branca. Haneke é um cineasta amplamente reconhecido e com uma carreira consistente. Eventualmente venceria um Oscar. Que momento melhor do que este, em que fez um filme sobre aqueles que viriam ser os carrascos da II Guerra Mundial? Mas, a categoria é imprevisível.


Melhor Roteiro Adaptado
Educação e Preciosa têm bons roteiros, mas não geniais. In The Loop conta com diálogos absurdamente excelentes, no melhor humor britânico. Distrito 9 seria a minha escolha pessoal, pois acho que o longa merecia algum reconhecimento. Mas Amor Sem Escalas deve vencer, até porque será o único prêmio do filme.


Melhor Roteiro Original
The Messenger e Um Homem Sério têm bons roteiros, mas não creio que sejam merecedores da categoria. Up seria a minha escolha pessoal, entre os indicados. Mas certamente o prêmio está entre Tarantino e o roteirista de Guerra ao Terror. Veremos quem se dará melhor.


Melhor Atriz Coadjuvante
Penélope Cruz mereceu por Vicky Cristina Barcelona, mas ela não faz nada de mais em Nine. Anna Kendrick tem uma cena de choro, Vera Farmiga compõe bem sua personagem, e Gyllenhall merece a indicação pelo seu carisma (mas também está bem no papel). Obviamente, o prêmio será para a atuação magnífica de Mo'Nique e eu anunciei isso no Twitter logo após assistir Preciosa, antes até mesmo das indicações ou do Globo de Ouro.


Melhor Ator Coadjuvante
Lamentavelmente não vi Plummer como Tolstói, mas acredito que esteja bem, pelo que pude conferir no trailer. Tucci está mediano em um filme mediano. Damon está bem, mas não merecia nem ter sido indicado. Woody Harrelson é sempre um ator muito interessante, formador dos tipos mais malucos, e está muito bem nesse personagem. Mas a vitória de Waltz é certa. E ele merece.


Melhor Atriz
Não vi Helen Mirren, e Sidibe e Mulligan estão bem, mas não vencerão. Essa é a maior incerteza da noite: Bullock ou Streep? Certamente que a Meryl precisa vencer um Oscar, por estar há décadas sem vencer e tendo "somente" 16 indicações. E a recriação que ela fez de Julia Child é... memorável (confiram no YouTube a original). Ela certamente é a melhor atriz do ano, sem sombra de dúvidas. Contudo, Bullock é querida por todos e isso conta muito na Academia. Não que a Meryl não o seja... E a Julia Child está nas cabeças dos americanos, maioria dos votantes. E agora? A maior parte das pessoas votou em Bullock. Eu vou arriscar na Meryl Streep. É o risco mais alto que corro nessas apostas, hehehehe.


Melhor Ator
Clooney certamente não merece o prêmio. Digo, ele está bem, mas... só. Freeman é o próprio Nelson Mandela e poderia se sagrar vencedor, mas isso não vai acontecer. Jeremy Renner está excelente e bem que poderia ganhar aqui. Mas é muito desconhecido. Colin Firth seria a minha escolha, assumidamente passional. É um ator carismático, e compõe de forma belíssima o personagem. Mas... Penn venceu ano passado interpretando um homossexual e a Academia não vai se repetir. Assim, o prêmio é, merecidamente, de Jeff Bridges, que está simplesmente perfeito na pele do esquecido cantor country Bad Blake.


Melhor Diretor
Lee Daniels e Jason Reitman seriam zebras. Tarantino tem alguma chance, mas a grande disputa é mesmo entre os ex-casados James Cameron e Kathryn Bigelow. Meu voto fica com ela. Cameron já teve seu momento com Titanic. Nunca uma mulher venceu esta categoria. A Academia gosta dessas coisas.


Melhor Filme
Ai, ai... 10 ótimos filmes. Contrariando o crítico Pablo Villaça, o que eu menos gostei foi Um Homem Sério e um dos melhores é Um Sonho Possível, hehehehe. O primeiro é muito... Irmãos Coen para mim. =P E o segundo, apesar de batido e frágil em algumas cenas (ok, falho na sua direção), tem uma história tão comovente que me fez acreditar no futuro da humanidade. Mas, o prêmio será para Avatar ou Guerra ao Terror. Muito difícil escolher um dos dois, mas arrisco que Guerra ao Terror será o grande vencedor da noite.



É isso, amigos leitores. Nos comentários deixarei minha impressão sobre a premiação depois. E acompanhem no meu twitter (@tocadolobo) meus comentários durante a festa.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Globo de Ouro 2010

Como muitos de vocês sabem, amanhã é o Globo de Ouro 2010. Vários encaram a premiação como um termômetro para o Oscar. Eu não creio que seja exatamente assim, apenas passa essa impressão por ser a premiação mais famosa após a da Academia e por acontecer antes de sua badalada irmã mais velha.
O Globo de Ouro é escolhido por jornalistas de várias partes do mundo, incluindo a brasileira Ana Maria Bahiana, e ela mesma discorreu em seu adorável blog sobre a imprevisibilidade da premiação, por envolver membros tão díspares. Ainda assim, assisti 15 dos filmes indicados nas mais variadas categorias e me arriscarei novamente a dar alguns palpites, inclusive para os prêmios da TV.
Abaixo, os indicados e, em negrito, aqueles que acho que irão vencer. Também coloquei em itálico os que eu gostaria que ganhassem e entre parênteses alguns comentários. Ainda não escrevi sobre filmes esse ano, mas assim que saírem os indicados ao Oscar, começarei os trabalhos e pretendo concluir a expressão da minha opinião sobre todos os filmes da lista antes da premiação (excetuando-se, provavelmente, os estrangeiros, documentários e curta-metragens).


CINEMA

Melhor Filme - Drama (apesar da Ana Maria Bahiana achar que Avatar e Amor sem Escalas têm chances, eu acho que Guerra ao Terror vai levar todos os prêmios de filme e direção esse ano)
* Avatar
* Guerra ao Terror
* Bastardos Inglórios
* Precious
* Amor Sem Escalas

Melhor Filme - Comédia ou Musical (sempre é difícil prever essa categoria, mas musicais costumam ser bem recebidos, ainda mais de Rob Marshall)
* (500) Dias Com Ela
* Se Beber, Não Case
* Simplesmente Complicado
* Julie & Julia
* Nine

Melhor Diretor
* Kathryn Bigelow - Guerra ao Terror
* James Cameron - Avatar
* Clint Eastwood - Invictus
* Jason Reitman - Amor Sem Escalas
* Quentin Tarantino - Bastardos Inglórios

Melhor Roteiro (Não vi Simplesmente Complicado ainda, mas os outros quatro podem vencer, embora eu creia que Tarantino vá levar)
* Amor Sem Escalas
* Simplesmente Complicado
* Distrito 9
* Guerra ao Terror
* Bastardos Inglórios

Melhor Ator - Drama (Bridges e Firth andam sendo muito elogiados e também podem vencer, mas, mesmo tendo visto apenas dois dos intérpretes, já sei que o Mandela de Freeman jamais vai sair da minha cabeça)
* Jeff Bridges - Crazy Heart
* George Clooney - Amor Sem Escalas
* Colin Firth - A Single Man
* Morgan Freeman - Invictus
* Tobey Maguire - Brothers

Melhor Atriz - Drama (novamente assisti a apenas dois dos filmes. Bullock é azarão, Blunt é sempre competente, Mirren é impecável, Mulligan está ótima no filme - e anda bem cotada nas premiações européias, e Sidibe está impressionante. Pode dar qualquer uma, mas penso que o Globo de Ouro penderá para Carey Mulligan)
* Emily Blunt - The Young Victoria
* Sandra Bullock - O Lado Cego
* Helen Mirren - The Last Station
* Carey Mulligan - Educação
* Gabourey Sidibe - Precious

Melhor Ator - Musical ou Comédia (pelo que li por aí, Damon e Downey Jr. estão correndo por fora e Gordon Levitt jamais ganharia, então a disputa está entre Day-Lewis e Stuhlbarg. Day-Lewis é um ator extremamente dedicado e ficarei contente com sua vitória, mas o filme dos Coen não pode sair sem levar nada =P)
* Matt Damon - O Desinformante
* Daniel Day Lewis - Nine
* Robert Downey Jr. - Sherlock Holmes
* Joseph Gordon Levitt - (500) Dias Com Ela
* Michael Stuhlbarg - Um Homem Sério

Melhor Atriz - Musical ou Comédia (ok, decididamente esse prêmio deveria ser da unânime Meryl Streep, mas ela certamente perderá votos pela divisão das indicações. Ainda ficarei na torcida por sua impressionante Julia Child, mas irei com a Ana Maria Bahiana, que disse que a campanha para a Sandra Bullock é uma das mais fortes dos últimos anos)
* Sandra Bullock - A Proposta
* Marion Cotillard - Nine
* Meryl Streep - Simplesmente Complicado
* Meryl Streep - Julie and Julia
* Julia Roberts - Duplicidade

Melhor Ator Coadjuvante (vários bons atores, mas dificilmente Waltz sairá de mãos abanando - e do Oscar também)
* Matt Damon - Invictus
* Stanley Tucci - Um Olhar do Paraíso
* Christopher Plummer - The Last Station
* Christopher Waltz - Bastardos Inglórios
* Woody Harrelson - The Messenger

Melhor Atriz Coadjuvante (Se Mo'Nique não vencer, será uma das maiores injustiças da premiação ao longo dos anos)
* Mo´Nique - Precious
* Julianne Moore - A Single Man
* Anna Kendrick - Amor Sem Escalas (Up In The Air)
* Vera Farmiga - Amor Sem Escalas (Up In The Air)
* Penelope Cruz - Nine

Melhor Canção Original (ouvi as 5 e são todas boas candidatas. Paul McCartney pode ganhar com I Want to Come Home, e o U2 com Winter, mas eu me apaixonei pela Cinema Italiano na voz de Kate Hudson, e a melancólica The Weary Kind de Ryan Bingham tem boas chances de encantar os jornalistas)
* "I Will See You" - Avatar
* "The Weary Kind" - Crazy Heart
* "Winter" - Brothers
* "Cinema Italiano" - Nine
* "I Want to Come Home" - Everybody´s Fine

Melhor Trilha Sonora (a trilha de Onde Vivem os Monstros é indie, lúdica e muito original, e não a esquecerei tão cedo. A trilha de O Desinformante vem sendo elogiada, mas aposto em Giacchino por seu belíssimo trabalho em Up)
* Michael Giacchino - Up - Altas Aventuras
* Marvin Hamlisch - O Desinformante
* James Horner - Avatar
* Abel Krozeniowski - A Single Man
* Karen O. and Carter Burwell - Onde Vivem os Monstros

Melhor Filme de Animação (gostaria que Coraline vencesse para dar ainda mais visibilidade ao trabalho de Gaiman, mas Up já está com o prêmio praticamente garantido)
* Coraline e o Mundo Secreto
* O Fantástico Senhor Raposo
* Tá Chovendo Hamburguer
* A Princesa e o Sapo
* Up - Altas Aventuras

Melhor Filme de Língua Estrangeira (não vi nenhum dos indicados, mas só ouvi críticas ao novo trabalho de Almodovar, que, ainda assim é bem capaz de ganhar. A Fita Branca é do maluco Michael Haneke, e eu gostaria que ele vencesse, hehehe)
* Baaria
* Abraços Partidos
* Um Profeta
* A Fita Branca
* The Maid


TV

Melhor série dramática (Dexter precisa ganhar alguns prêmios antes que a série acabe, e esse seria um bom ano. Mas Mad Men anda atraindo muitas atrações, e já me acostumei a ver meu serial killer favorito perder =P)
* Amor Imenso
* Dexter
* House
* Mad Men
* True Blood

Melhor atriz em série dramática (só assisto True Blood da lista, e adoro o desempenho da Anna Paquin. Mas ela ganhou ano passado, dificilmente levará outro. Aposto no comentado trabalho da Kyra Sedgwick ou na Glenn Close)
* Glenn Close, por Damages
* January Jones, por Mad Men
* Julianna Margulies, por The Good Wife
* Anna Paquin, por True Blood
* Kyra Sedgwick, por The Closer

Melhor ator em série dramática (todo mundo comenta que a sexta temporada de House anda impecável, então coloquei o veterano Hugh Laurie ali como favorito. Mas não faço idéia, e gostaria, claro, que o Michael levasse)
* Simon Baker, por The Mentalist
* Michael C. Hall, por Dexter
* Jon Hamm, por Mad Men
* Hugh Laurie, por House
* Bill Paxton, por Amor Imenso

Melhor série cômica ou musical (nas categorias que não vi nada, me absterei de ter favoritos ou de comentar)
* 30 Rock
* Entourage
* Glee
* Modern Family
* The Office

Melhor atriz em série cômica ou musical
* Toni Collette, por United States of Tara
* Courteney Cox, por Cougar Town
* Edie Falco, por Nurse Jackie
* Tina Fey, por 30 Rock
* Lea Michele, por Glee

Melhor ator em série cômica ou musical
* Alec Baldwin, por 30 Rock
* Steve Carell, por The Office
* David Duchovny, por Californication
* Thomas Jane, por Hung
* Matthew Morrison, por Glee

Melhor minissérie ou telefilme
* Georgia O'Keeffe
* Grey Gardens
* Into the Storm
* Little Dorrit
* Taking Chance

Melhor atriz em minissérie ou telefilme
* Joan Allen, por Georgia O'Keeffe
* Drew Barrymore, por Grey Gardens
* Jessica Lange, por Grey Gardens
* Anna Paquin, por The Courageous Heart of Irena Sendler
* Sigourney Weaver, por Prayers for Bobby

Melhor ator em minissérie ou telefilme
* Kevin Bacon, por Taking Chance
* Kenneth Branagh, por Wallander: One Step Behind
* Chiwetel Ejiofor, por Endgame
* Brendan Gleeson, por Into the Storm
* Jeremy Irons, por Georgia O'Keeffe

Melhor atriz coadjuvante em série, minissérie ou telefilme
* Jane Adams, por Hung
* Rose Byrne, por Damages
* Jane Lynch, por Glee
* Janet McTeer, por Into the Storm
* Chloë Sevigny, por Amor Imenso

Melhor ator coadjuvante em série, minissérie ou telefilme (o trabalho de Litgow em Dexter foi espetacular. Torço por sua vitória!)
* Michael Emerson, por Lost
* Neil Patrick Harris, por How I Met your Mother
* William Hurt, por Damages
* John Lithgow, por Dexter
* Jeremy Piven, por Entourage