sábado, 19 de dezembro de 2009

Avatar

Após cerca de 80 dias sem uma única atualização, eis-me de volta, espero que pra ficar. Eu nem mereço a chance de me justificar, mas farei isso de toda forma: mudei de emprego e de residência. Enquanto mudei de emprego, fiquei auxiliando no meu emprego antigo todas as noites e finais de semana. Virei noite, trabalhei 30 horas em dois dias, etc. Resolvi um milhão de coisas para a mudança, desde aquisição de móveis a transferência de endereço da NET. E ainda falta outro tanto. Pois bem, apenas na última semana fui oficialmente desligado do meu emprego velho e, apesar do novo estar começando a exigir algumas horas adicionais, estou mais tranquilo para retomar o blog. Peço desculpas a todos que vieram aqui e se depararam com o mesmo post de sempre. =P

Estou devendo uma matéria sobre dublagem, que virá a seguir. Mas eu não podia esperar nem um segundo sequer para escrever sobre Avatar, filme que acabo de assistir. Há duas coisas fundamentais para se falar sobre a nova obra de James Cameron: uma diz respeito à parte técnica e outra à artística. Cameron passou 12 anos para lançar um filme, e uma boa parte desse período foi dedicada a desenvolver novas tecnologias para produzir esse longa que, segundo o diretor, estava em sua cabeça há muito tempo aguardando o desenvolvimento tecnológico necessário para ser transformado em realidade. Foi vendo o Gollum produzido pela WETA para O Senhor dos Anéis que Cameron teve certeza sobre a hora ter chegado. Não foi por acaso que a própria WETA realizou boa parte dos efeitos visuais da megaprodução.

Cameron e sua equipe desenvolveram três inovações:
1) Captura de movimento: se Peter Jackson e sua WETA elevaram o patamar dessa tecnologia a algo crível, e Robert Zemeckis (O Expresso Polar, Beowulf e Os Fantasmas de Scrooge) anda utilizando-a em animações, Cameron otimizou os softwares com base em um capacete com uma câmera acoplada, e não mais pontos específicos da face do ator. Ou seja, todas as expressões faciais são agora capturadas.
2) Cameron e Vince Page desenvolveram há alguns anos um sistema de filmagem em 3D estereoscópico, que vem sendo utilizado em alguns dos filmes 3D recentemente lançados, e que foi aqui mais uma vez aperfeiçoado, a tal ponto que somos presenteados com o melhor uso de 3D já visto.
3) Simulcam: não faço idéia de como ele conseguiu fazer algo assim, mas o que é filmado pela lente de James Cameron já aparece no monitor, em tempo real, totalmente digitalizado. Ou seja, os atores substituídos por suas contrapartes de computação gráfica e a tela verde substituída pelos cenários fantásticos de Pandora. Genial!


Sobre a parte artística, devo dizer que ela é toda competente. Os atores estão bons (que incrível ver Sigourney Weaver em um bom papel, depois de uma bomba atrás da outra), com destaque para Zoë Saldaña, perfeita como Neytiri, e até o mediano Sam Worthington desempenha muito bem o seu papel. O militar durão de Stephen Lang é um vilão típico, mas, apesar de levemente caricatural, adequado ao tom da obra. O roteiro de Cameron é bom, embora não exatamente inovador. Mas é bem desenvolvido, e competente ao criar drama e ação nos momentos exatos. Podemos ponderar sobre como será o final, mas o roteiro é capaz de nos fazer duvidar da possibilidade de alcançar o encerramento desejado pelos espectadores.

Mas há algo na obra de Cameron que, ao menos para mim, sobrepujou todo o desenvolvimento tecnológico e que me deixou desejoso por rever a obra: Pandora. O diretor do fenômeno Titanic concebeu com sua equipe o mundo mais verossímel da história do cinema! Não só as plantas e animais são criativos, como o povo Na'vi é... uma nação fantasticamente genial! A tal ponto que, ao sair do cinema, me peguei desejando que eu pudesse ter nascido naquele povo interconectado com a natureza.

Interessante que eu tinha desanimado do filme após ver algumas artes conceituais, ler a sinopse, conhecer o elenco e ver o trailer. Eu estava animado pela tecnologia, que eu sabia ser impactante. Mas eu não esperava nada tão lindo quanto os Na'vi. Fui pego tão de jeito que estou ouvindo a trilha sonora e mudei meu wallpaper para Neytiri, a melhor personagem do filme. =]

Importante ressaltar que vale muito a pena conferir o filme em 3D, e que é o primeiro filme em terceira dimensão a ser exibido com cópias legendadas (e com legenda amarela, woohoo!) no Brasil.

Recomendo fortemente!
Quero ver novamente! Quero que venha Avatar 2!
Candidato forte a melhor filme de 2009.

5 estrelas em 5


Outras resenhas:
Pablo Villaça, do Cinema em Cena
Érico Borgo, do Omelete
Acidzero, do Saindo da Matrix

4 comentários:

alex marques disse...

primeiro coment..
Definitivamente estou com muita vontade de ver esse filme. mas sem cinema por perto.. nem pensar.. o jeito é esperar.. e mais vendo sua resenha!! Fico com mais vontade ainda!!!

Quando ver o filme comento aqui novamente!!! Fica com Deus e feliz natal!!!

Elvis "Wolvie" disse...

Alex, vale até ir a Recife num final de semana desses pra conferir em 3D. Baixado na Internet não terá a mesma graça. =O

Denise Egito disse...

Oi, Elvis
Fiquei cansada daqui só de ler uma parte da sua trabalheira. =/
Mudança e emprego novo juntos e no fim do ano? Ufa!
E o novo emprego? Como é? Qual a área? Quais as novidades, desafios?
Conte pra gente, se puder! =]
Bem, tentei assistir a Avatar 3D mas estava esgotado. Talvez tente o próximo finde.
Beijos e feliz Natal

Elvis "Wolvie" disse...

Olá, Denise! =D

O novo emprego é no mesmo ramo que eu estava, desenvolvimento de software. =] Só mudei de empresa mesmo. ^^ Mas está bem desafiante, a empresa é menor e tenho mais responsabilidades. =O


Vou tentar rever Avatar 3D próximo domingo, hehehehe. Espero que você goste!